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Publica??o25 de julho de 2025

Memorando Econ¨®mico do Pa¨ªs: Para Al¨¦m do Petr¨®leo

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DESTAQUES DO ARTIGO

  • A economia angolana est¨¢ gradualmente a fazer a transi??o de um modelo de crescimento baseado no petr¨®leo para um modelo econ¨®mico diversificado, resiliente e inclusivo.
  • O Memorando Econ¨®mico de Angola analisa o crescimento econ¨®mico do pa¨ªs nas ¨²ltimas duas d¨¦cadas e oferece insights sobre seu potencial de longo prazo.
  • O objectivo ¨¦ identificar os principais desafios, oportunidades e reformas de pol¨ªticas para acelerar a transi??o rumo a um caminho de crescimento mais resiliente, inclusivo e sustent¨¢vel.

Angola implementou uma s¨¦rie de reformas para restaurar a estabilidade macroecon¨®mica e promover a diversifica??o econ¨®mica. Apesar desses esfor?os por parte das autoridades, a depend¨ºncia excessiva do sector petrol¨ªfero continua a ser um desafio central. O petr¨®leo representa aproximadamente 30% do PIB, 65% das receitas e mais de 95% das exporta??es de bens, enquanto o crescimento da economia n?o petrol¨ªfera permanece fraco. Al¨¦m disso, choques nos pre?os do petr¨®leo t¨ºm resultado em instabilidade macroecon¨®mica e crises fiscais, desacelerando a economia real.

O Memorando Econ¨®mico do Pa¨ªs: Para Al¨¦m do Petr¨®leo serve como uma ferramenta de diagn¨®stico para apoiar os formuladores de pol¨ªticas de Angola no avan?o da agenda de diversifica??o econ¨®mica delineada no Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN) 2023¨C2027 e na Vis?o de Longo Prazo (Angola 2050). O documento identifica tr¨ºs principais desafios:

  1. Instabilidade macroecon¨®mica causada pela depend¨ºncia e volatilidade do petr¨®leo ¨C o que n?o tem contribu¨ªdo para o desenvolvimento de um sector privado forte nem para a promo??o da cria??o de empregos.
  2. Baixa produtividade entre as empresas, devido a um ambiente de neg¨®cios desafiador.
  3. Acesso limitado a servi?os como electricidade, transporte e ferramentas digitais ¡ª al¨¦m do baixo n¨ªvel de capital humano.

Como resultado, a pobreza e a desigualdade permanecem persistentemente elevadas: aproximadamente um ter?o dos angolanos vive abaixo da linha internacional da pobreza (USD 2,15 por dia), e a desigualdade econ¨®mica ¨¦ significativa, reflectida por um ¨ªndice de Gini de aproximadamente 0,51. Al¨¦m disso, o ¨ªndice de capital humano (HCI) de Angola, de 0,36, est¨¢ entre os mais baixos da ?frica Subsaariana. O desemprego afeta fortemente os jovens e as mulheres, com cerca de um ter?o da popula??o desempregada. Ademais, aproximadamente 80% dos empregos est?o na economia informal.

Para enfrentar esses desafios, o Memorando Econ¨®mico do Pa¨ªs oferece um roteiro para um modelo de crescimento mais sustent¨¢vel e inclusivo, que aproveita melhor os recursos existentes do pa¨ªs, ao mesmo tempo em que estabelece as bases para a prosperidade futura. Ele se baseia em tr¨ºs prioridades de pol¨ªticas:

  1. Promover a estabilidade macroecon¨®mica por meio da melhoria da gest?o macrofiscal.
  2. Impulsionar o crescimento da produtividade para gerar empregos.
  3. Ampliar o acesso ¨¤ infraestrutura b¨¢sica e investir em capital humano.

O desenvolvimento do Corredor do Lobito tamb¨¦m oferece uma oportunidade ¨²nica para acelerar a transforma??o econ¨®mica. Com as reformas adequadas, ele pode ser um catalisador para a diversifica??o da economia de Angola e a sua conex?o com os mercados regionais e globais.

O crescimento econ¨®mico poderia quase dobrar at¨¦ 2050 se o pa¨ªs acelerasse a implementa??o de reformas estruturais voltadas para a estabilidade macroecon¨®mica; o aumento da produtividade; a amplia??o do capital f¨ªsico e humano; e o aproveitamento do seu consider¨¢vel potencial agr¨ªcola.