Luanda, 25 de julho de 2025 ¡ª Angola registou a maior expans?o econ¨®mica desde 2014, com o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) a atingir 4,4% em 2024. De acordo com a ¨²ltima edi??o do Relat¨®rio Econ¨®mico de Angola publicado hoje pelo Grupo Banco Mundial, intitulado . Este crescimento foi impulsionado pela recupera??o do sector petrol¨ªfero e pela extra??o de diamantes, juntamente com uma forte expans?o no com¨¦rcio e na pesca.
O relat¨®rio destaca que, apesar da recupera??o da actividade econ¨®mica em 2024, Angola ainda enfrenta os impactos duradouros da estagna??o prolongada. De 2016 a 2020, a economia contraiu aproximadamente 10,4%, com uma m¨¦dia de decl¨ªnio anual de 2,1%. Este crescimento lento resultou de desafios estruturais e da forte depend¨ºncia do sector petrol¨ªfero, tornando-o suscet¨ªvel ¨¤s flutua??es globais dos pre?os. O crescimento real do PIB est¨¢ projetado em uma m¨¦dia de 2,9% de 2025 a 2027, mas ¨¦ improv¨¢vel que isso melhore significativamente os padr?es de vida. O aumento da incerteza global, incluindo a queda dos pre?os do petr¨®leo, enfatiza a necessidade de Angola diversificar a sua economia e reduzir a depend¨ºncia do petr¨®leo.
¡°A economia angolana necessita urgentemente de estabelecer um caminho consistente rumo a um crescimento robusto, a fim de enfrentar quase uma d¨¦cada de estagna??o e melhorar as condi??es para a redu??o da pobreza. H¨¢ optimismo de que as reformas econ¨®micas abrangentes actualmente implementadas pelo governo produzir?o resultados positivos e libertar?o o potencial do pa¨ªs¡±, afirmou Juan Carlos Alvarez, Representante do Banco Mundial para Angola. ¡°O pa¨ªs deve intensificar o seu apoio a sectores-chave que podem contribuir significativamente para o processo essencial de diversifica??o econ¨®mica. Uma an¨¢lise mais aprofundada destes sectores e das reformas estruturais necess¨¢rias ¨¦ discutida no Memorando Econ¨®mico do Pa¨ªs, tamb¨¦m publicado hoje¡±, acrescentou.
O Relat¨®rio Econ¨®mico de Angola enfatiza a import?ncia de promover o desenvolvimento financeiro inclusivo em Angola para lidar com a desigualdade e exclus?o significativas existentes, particularmente nas ¨¢reas rurais, onde o acesso a servi?os banc¨¢rios formais ¨¦ limitado. Mulheres e idosos s?o particularmente afetados. Em compara??o com outros pa¨ªses da regi?o, as fam¨ªlias angolanas t¨ºm menos acesso a cr¨¦dito, poupan?a e servi?os financeiros digitais. Promover a inclus?o financeira pode impulsionar a participa??o econ¨®mica e a resili¨ºncia, levando ao crescimento sustent¨¢vel e ¨¤ redu??o da pobreza. O acesso a servi?os banc¨¢rios, cr¨¦dito e seguros capacita pequenas empresas, agricultores e empreendedores, aumentando a produtividade e a cria??o de empregos. Al¨¦m disso, a inclus?o financeira pode reduzir a desigualdade de rendimentos, proporcionando aos grupos marginalizados oportunidades de construir activos e melhorar o seu bem-estar.
O relat¨®rio destaca que a implementa??o de reformas fundamentais pode criar um sector financeiro mais robusto e inclusivo em Angola, essencial para diversificar a economia e promover o crescimento e a cria??o de emprego. Enfatiza a necessidade de um acesso mais amplo aos servi?os financeiros para al¨¦m de Luanda, especialmente porque Angola se concentra nas actividades econ¨®micas no Corredor do Lobito e desenvolve cidades secund¨¢rias. Al¨¦m disso, o aumento da banca digital e dos pagamentos m¨®veis oferece uma oportunidade significativa para alcan?ar popula??es carenciadas, aumentando a resili¨ºncia econ¨®mica e promovendo o desenvolvimento inclusivo.
O relat¨®rio descreve reformas essenciais que Angola pode implementar para promover o crescimento do seu sector financeiro e melhorar a acessibilidade de forma inclusiva. Estas reformas incluem:
- Desenvolver pagamentos digitais para expandir o acesso a servi?os financeiros em ¨¢reas remotas.
- Tornar os pagamentos digitais mais acess¨ªveis e intuitivos.
- Estabelecer um quadro regulat¨®rio favor¨¢vel para aumentar o acesso ao financiamento para Microcr¨¦dito e Pequenas e M¨¦dias Empresas (MPME).
- Promover empr¨¦stimos para MPMEs e melhorar a transpar¨ºncia e o alinhamento do mercado de iniciativas para financiar MPMEs.
- Implementar o plano de a??o do Grupo de A??o Financeira (GAFI) e corrigir as defici¨ºncias no quadro de Preven??o ¨¤ Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo (PLD/FT).
- Aumentar o acesso a seguros para indiv¨ªduos e MPMEs, incluindo seguros baseados em ¨ªndices clim¨¢ticos para actividades agr¨ªcolas.
¡°Embora a inclus?o financeira em Angola enfrente v¨¢rios desafios, especialmente para as comunidades rurais e de baixa renda, existem oportunidades construtivas para superar essas barreiras. Ao implementar reformas regulat¨®rias, adoptar inova??es digitais e melhorar a educa??o financeira, Angola pode abrir caminho para uma economia mais diversificada e desbloquear novos caminhos para o crescimento e a cria??o de empregos¡±, afirmou Benedicte Baduel, Economista S¨¦nior do Banco Mundial para Angola.
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